segunda-feira, 12 de maio de 2008

Sê alforria!

Criatura que me foge aos dedos
Prisão dos desejos irretornáveis ao corpo pedinte
Astro materializado em luz e cores
Desassossega a jamais perturbada existência

Come com as mãos os meus dizeres
Faz seu de tudo meu
Expropria-me a fala
Livra-me de todo fardo do auto suportar diário

Água que corre fresca
Molha a minha face e clareia minhas vistas sujas de paisagens repetidas
Limpa minha boca de gostos desgostosos
Permita-me ouvir fortemente o teu fluir por entre as pedras
Devasta de uma vez as edificações irresponsáveis

E quando acabar que traga brisa leve
Que soe musica
Envolva todas as faces
O fôlego se renove a cada ligeiro sussurro
Sopre...

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