quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Poema de encarte

Palavra que nunca diz nada
Nunca quis se dizer nada
Desprovida de pretensao alguma
Incapaz de subverter qualquer tendência

Assim, enquanto se repete
Palavra vazia, que seca a boca e corta os lábios
Palavra que de tao sólida se desmancha
Iludida pelos movimentos que jamais causou

Triste palavra que cabe em quatro versos
Subordinada às intencoes precedentes
Doce palavra que ama o amador
Rude carrasco de sentidos parciais

Migalha de pao que satisfaz por hora
Comida de pombos a quem o banquete sacia
Água mole que em pedra quente evapora
Moribundo teimoso que clama por vida

Nenhum comentário: