Deveria eu, entao, conhecer a afliçao que se ergue
Despejar doses e mais doses de miraculosas sínteses
Sobrepor-me ao ser humano se sou homem
Ignorar o derradeiro cotidiano se sou vida
Despojar-me da mediocridade se sou carne
Surpreende-me o seu passo à calafrios
Com aquilo que outrora nao sabia ser mais que nódoa
Vem a mim pra ser espelho do que me escapa
Trata a ferro e fogo a oportunidade descabida
O ansiosa humanidade
Sossega suas súplicas
Afoga em copos dágua as projecoes inconclusas
Mensura seus modos a fim de que nao se prenda
Vigia sua cria pra que ela nao devore seus nervos
Pobre fantoche dos seus dedos
A lutar com armas traiçoeiras
Decepa seus membros a cada golpe certeiro
A morrer de subestimar o descaminho
quarta-feira, 5 de novembro de 2008
Poema de encarte
Palavra que nunca diz nada
Nunca quis se dizer nada
Desprovida de pretensao alguma
Incapaz de subverter qualquer tendência
Assim, enquanto se repete
Palavra vazia, que seca a boca e corta os lábios
Palavra que de tao sólida se desmancha
Iludida pelos movimentos que jamais causou
Triste palavra que cabe em quatro versos
Subordinada às intencoes precedentes
Doce palavra que ama o amador
Rude carrasco de sentidos parciais
Migalha de pao que satisfaz por hora
Comida de pombos a quem o banquete sacia
Água mole que em pedra quente evapora
Moribundo teimoso que clama por vida
Nunca quis se dizer nada
Desprovida de pretensao alguma
Incapaz de subverter qualquer tendência
Assim, enquanto se repete
Palavra vazia, que seca a boca e corta os lábios
Palavra que de tao sólida se desmancha
Iludida pelos movimentos que jamais causou
Triste palavra que cabe em quatro versos
Subordinada às intencoes precedentes
Doce palavra que ama o amador
Rude carrasco de sentidos parciais
Migalha de pao que satisfaz por hora
Comida de pombos a quem o banquete sacia
Água mole que em pedra quente evapora
Moribundo teimoso que clama por vida
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